7 de janeiro de 2010

NOVA TÉCNICA PARA ESTUDAR BALEIAS COM MÉTODOS NÃO LETAIS


Austrália e Nova Zelândia unem esforços em 

investigação científica inofensiva


A Baleia-anã é uma das três espécies a ser estudada
 Três espécies de baleias das águas da Antárctida vão ser estudadas com métodos científicos não letais. Cientistas neozelandeses e australianos unem esforços numa tentativa de desafiar o programa japonês de caça aos cetáceos e provar a Tóquio que não precisa de matar baleias para as estudar.

É já no inicio do próximo mês que 18 investigadores embarcam no "Tangaroa" rumo à Antárctida para estudar, durante seis semanas, as populações de baleias-anãs, baleias-de-bossa e baleias-azuis. O objectivo central do estudo é tentar perceber como é que estas espécies estão a enfrentar os efeitos das alterações climáticas, noticia a BBC online.

Nick Gales, da Australian Antarctic Division e responsável por esta expedição, garante que “toda a informação relevante para a conservação e gestão das baleias pode ser recolhida com métodos não letais novos e muito eficazes”.

Vão ser tiradas muitas fotografias e usados instrumentos acústicos para registar os sons emitidos pelos cetáceos. Além disto, serão utilizadas espingardas de ar comprimido com setas para recolher amostras de gordura e de pele e ainda transmissores que permitem seguir os animais por satélite.

Da exploração à protecção

A frota japonesa partiu em Novembro para mais uma época de caça à baleia nas águas da Antárctida, sendo que a meta para 2009/2010 é caçar 850 baleias-anãs e 50 baleias-comuns.





Estes animais têm sido caçados desde tempos remotos. Há mesmo registos de pinturas rupestres em rochas do sul da Coreia com cerca de 8 mil anos. Da simples actividade de recolecção, a caça à baleia foi-se estendendo a áreas oceânicas. Percebeu-se que o crescimento natural das espécies não acompanhava o ritmo da caça e foi fundada a Comissão Baleeira Internacional (CBI), instituição criada pela ONU para proteger as baleias da caça comercial e à qual o Japão pertence.

Apesar da moratória à caça comercial da baleia, Tóquio continua a matar baleias alegando fins científicos, uma excepção prevista pela CBI. Contudo, vários países acusam o Japão de estar apenas a encobrir a venda e consumo de carne de baleia.

A expedição que segue no próximo mês para a Antárctida “vai demonstrar ao mundo que não precisamos de matar baleias para as estudar e compreender”,



comentou em Junho Peter Garrett, ministro australiano do Ambiente, aquando do lançamento da campanha.

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