28 de dezembro de 2009

A PARANÓIA

 Paranóia

National Institute of Mental Health EUA
Sociedade Bras. de Psiquiatria Clínica *

  
Paranóia - A palavra    
Paranóia é um termo utilizado por especialistas em saúde metal para descrever desconfiança ou suspeita altamente exagerada ou injustificada. A palavra é freqüentemente utilizada na conversação cotidiana, em geral em momentos de rancor e de forma incorreta. Simples desconfiança não é paranóia - especialmente se fundamentada em experiência passada ou em expectativas baseadas na experiência alheia. A paranóia pode ser discreta e a pessoa afetada ser razoavelmente bem ajustada socialmente ou pode ser tão grave que o indivíduo se tora incapacitado. Às vezes o diagnóstico é difícil, já que muitos distúrbios psiquiátricos são acompanhados de alguma característica paranóide. As paranóias podem ser classificadas em três categorias principais: distúrbio paranóide de personalidade, distúrbio delirante paranóide e esquizofrenia paranóide.
Distúrbio Paranóide de Personalidade    
Oswaldo trabalhava em um grande escritório como programador de computação. Quando outro programador foi promovido, Oswaldo achou que seu supervisor tinha raiva dele e que jamais reconheceria seu valor. Estava certo de estar sendo sutilmente menosprezado pelos colegas. Muitas vezes nos intervalos para o cafezinho, observando-os em pequenos grupos, imaginava que estivessem falando dele. Se visse um grupo de pessoas rindo, pensava que estivessem rindo dele. Passava tanto tempo remoendo tais idéias, que seu rendimento no trabalho caiu a ponto de seu supervisor alertá-lo de que precisaria melhorar seu desempenho para não receber uma avaliação insatisfatória. Esta atitude reforçou as suspeitas de Oswaldo, que decidiu procurar emprego em outra grande empresa. Após algumas semanas em seu novo serviço, começou a achar que os colegas de escritório não gostavam dele, excluindo-o de conversas, ridicularizando-o pelas costas e denegrindo seu trabalho. Oswaldo mudou de emprego seis vezes nos últimos sete anos. Ele sofre de distúrbio paranóide de personalidade. 
Algumas pessoas tornam-se desconfiadas sem motivo, em tal grau que seus pensamentos paranóides destroem sua vida profissional e familiar. Diz-se que tais pessoas têm distúrbio paranóide de personalidade. Elas são:
Desconfiadas
A desconfiança permanente é um sinal inconfundível de paranóia. Pessoas com distúrbio paranóide de personalidade estão constantemente em guarda, por enxergarem o mundo como um lugar ameaçador. Tendem a confirmar suas expectativas, agarrando-se a mínimas evidências que confirmem suas suspeitas, e ignoram ou distorcem qualquer prova em contrário. Estão sempre alertas, procurando sinais de alguma ameaça. 
Qualquer pessoa em uma situação nova — nos primeiros dias em um emprego ou iniciando um relacionamento, por exemplo — é cautelosa e de certa forma reservada, até sentir que seus temores são infundados. Pessoas com paranóia não conseguem abandonar seus temores. Continuam a esperar por armadilhas e duvidam da lealdade dos outros. No relacionamento pessoal ou no casamento, essa desconfiança pode apresentar-se sob a forma de ciúme patológico e infundado.
Hipersensíveis 
Por estarem excessivamente alertas, as pessoas com distúrbio paranóide de personalidade percebem qualquer minúcia e podem ofender-se sem motivo. Em conseqüência, tendem a ser excessivamente defensivas e hostis. Quando cometem algum erro, não reconhecem a culpa, nem aceitam a mais leve crítica. Entretanto, são extremamente criticas em relação aos outros. Pode-se dizer que tais pessoas fazem “tempestade em copo d’água”.   


Frias e Distantes
Além de serem polemistas e irredutíveis, as pessoas com distúrbio paranóide de personalidade têm dificuldade de manter vínculos afetivos. Parecem frias e evitam relacionamentos interpessoais. Orgulham-se de serem racionais e objetivas. Pessoas com uma perspectiva paranóide em relação à vida raramente procuram auxílio médico - não faz parte de sua natureza pedir ajuda.    Profissionalmente podem atuar com competência. Pode procurar redutos sociais onde o estilo moralista e punitivo seja aceitável ou, até certo ponto, tolerável.

Distúrbio Delirante Paranóide    
Os psiquiatras fazem distinção entre o discreto distúrbio paranóide de personalidade, descrito acima, e O distúrbio delirante paranóide, mais incapacitante. A característica mais marcante deste último é a presença de um tipo de delírio persistente e não bizarro, sem sintomas de qualquer outro distúrbio mental. Delírios são crenças fortes, não verdadeiras, não compartilhadas por outras pessoas da mesma cultura e não facilmente modificáveis. Cinco tipos de delírios são observados. Em alguns indivíduos, mais de um pode ocorrer.   Ruth é uma secretária eficiente e prestativa. Seus superiores e colegas de trabalho valorizam muito sua contribuição no escritório. No entanto. Ruth passa suas noites escrevendo cartas a autoridades. Sente que Deus abriu sua mente e lhe ensinou a cura do câncer. Quer que algum importante centro de tratamento utilize essa cura em todos os pacientes, para provar ao mundo que está certa. Muitas de suas cartas não são respondidas, outras recebem respostas evasivas, o que a faz sentir que ninguém compreende que ela seria capaz de salvar todos os pacientes de câncer, se lhe fosse dada à chance. Quando alguma de suas cartas é respondida por um assessor da autoridade a quem foi dirigida, ela tem certeza de que o destinatário foi deliberadamente mantido desinformado de seu conhecimento e capacidade. Algumas vezes desespera-se com o fato de que o mundo jamais saberá o quanto ela é maravilhosa, porém não desiste e continua a escrever. Ruth sofre de um dos tipos de distúrbio delirante, o delírio de grandeza (ou megalomania).


O delírio mais comum nos distúrbios delirantes é persecutório. Enquanto que têm personalidade paranóide podem suspeitar de que seus colegas estão rindo à sua custa, pessoas com delírio de perseguição desconfiam que os outros estejam elaborando grandes tramas para perseguí-las. Acreditam que estão sendo envenenadas, drogadas, espanadas, ou que são alvo de conspirações com o intuito de arruinar sua reputação ou até lhes causar a morte. Às vezes, movem ações judiciais com a intenção de serem ressarcidas por injustiças imaginárias.  


Outro tipo freqüentemente observado é o delírio de ciúme. Qualquer indício — até uma mancha insignificante na roupa ou um pequeno atraso para chegar em casa — é interpretado como evidência de que o cônjuge está sendo infiel.  


Delírios eróticos envolvem uma fixação romântica por uma pessoa, geralmente alguém de nível social mais elevado ou alguma celebridade. Indivíduos com delírios eróticos muitas vezes assediam pessoas através de inúmeras cartas, telefonemas, visitas e vigilância furtiva.  


Pessoas com delírios de grandeza geralmente acham que são dotadas de poderes especiais e que, se autorizadas a praticar esses poderes, poderiam curar doenças, erradicar a pobreza, assegurar a paz mundial ou executar feitos extraordinários.  


Indivíduos com delírios hipocondríacos estão convencidos de que há algo errado com seu corpo — acham que exalam mau cheiro, sentem-se infestados por insetos ou se julgam deformados e feios. Devido a esse tipo de delírio, tendem a evitar o convívio social e passam muito tempo consultando médicos sobre suas doenças imaginárias. 


Ainda não foi avaliada de forma sistemática a hipótese de que pessoas com distúrbio delirante possam constituir perigo para outras, mas a experiência clínica sugere que tais pessoas raramente são homicidas. Os indivíduos delirantes geralmente são irritáveis e, por isso, são tidos como ameaçadores. Nos raros casos em que indivíduos com distúrbio delirante tornam-se violentos, suas vítimas geralmente são pessoas que inadvertidamente se encaixam em seu esquema delirante. A pessoa em maior perigo no relacionamento com um indivíduo com distúrbio delirante é o cônjuge ou amante. 
Esquizofrenia Paranóide
Alfredo, não gostava muito de escola e estava feliz por ter concluído o colegial e conseguido um emprego. Mas, quando se deu conta de que necessitava de melhor formação para atingir seus objetivos, matriculou-se em uma faculdade próxima. Alugou uma casa com outros jovens e se aplicou nos estudos. Próximo do final do segundo ano parou de fazer as refeições com os colegas e passou a se alimentar só de enlatados, para ter certeza de que não estava sendo envenenado. Ao andar pelo campus, evitava as moças, pois achava que elas lhe lançavam teias envenenadas que envolveriam seu corpo como uma gigantesca teia de aranha. Quando começou a temer que seus colegas colocassem gás envenenado em seu quarto, abandonou a escola e voltou para casa. Limpou seu quarto e colocou uma tranca na porta, para que os pais não pudessem entrar e contaminar o recinto. Comprou um fogareiro elétrico e passou a preparar a própria comida. Se sua mãe insistisse para que fizesse uma refeição com a família, ele a acusava de tentar envenená-lo. Seus pais finalmente conseguiram convencê-lo a procurar um psiquiatra que diagnosticou “esquizofrenia paranóide” Com medicamentos, terapia individual e de grupo. Alfredo melhorou o suficiente para trabalhar em um escritório sob a supervisão de um chefe compreensivo e encorajador.
  Idéias e comportamento paranóides são características de uma forma de esquizofrenia chamada esquizofrenia paranóide. Indivíduos que sofrem de esquizofrenia paranóide normalmente são acometidos de delírios extremamente bizarros ou alucinações, quase sempre sobre um tema especifico. Freqüentemente ouvem vozes que outros não podem ouvir ou acreditam que seus pensamentos estão sendo controlados ou divulgados em voz alta. Além disso, seu desempenho em casa e no emprego se deteriora, muitas vezes com um grau menor de expressividade emocional.
Por outro lado, as pessoas com distúrbio delirante paranóide relativamente mais discreto podem ter sintomas como delírios persecutórios ou de ciúmes, mas não as alucinações acentuadas ou impossíveis e os delírios bizarros da esquizofrenia paranóide. Tais pessoas geralmente podem trabalhar e seu comportamento e expressão emocional são coerentes com o tema de seus delírios. Excetuando os delírios, seu pensamento permanece sistematizado e lógico, ao contrário das pessoas com esquizofrenia paranóide, que com freqüência, têm o pensamento desorganizado e confuso. 

Causas da Paranóia
Fatores Genéticos 
Pouco se tem estudado sobre o papel da hereditariedade na paranóia. Pesquisadores observaram que famílias de pacientes paranóides não apresentam incidência de esquizofrenia ou depressão acima do normal. Entretanto, há evidências de que sintomas paranóides na esquizofrenia podem ter influência genética. Alguns estudos em gêmeos idênticos com esquizofrenia mostraram que, quando um dos gêmeos apresenta sintomas paranóides, geralmente o outro também os manifesta. Além disso, pesquisas recentes têm indicado que distúrbios paranóides são significativamente mais comuns em parentes de pessoas com esquizofrenia do que na população em geral. Ainda não se sabe se os distúrbios paranóides — ou a predisposição para apresentá-los — são hereditários ou não. 
Fatores Bioquímicos 
A descoberta de que a psicose (estado no qual o indivíduo perde o contato com a realidade) é tratável com drogas antipsicóticas tem levado os pesquisadores a procurar as origens de distúrbios mentais graves em anomalias químicas no cérebro. A pesquisa tem se tornado muito complexa à medida que se descobrem mais e mais substâncias químicas que transmitem mensagens de uma célula nervosa para outra - os neurotransmissores. Até agora, não se encontraram respostas definidas. Como nos estudos genéticos, também não houve estudos bioquímicos específicos em paranóia, a não ser como um subtipo de esquizofrenia. Há, no entanto, algumas evidências de que a esquizofrenia paranóide é bioquimicamente distinta das formas não-paranóides deste distúrbio.
O abuso de drogas como anfetaminas, cocaína, maryuana, PCP (“pó de anjo”), LSD ou outros estimulantes ou compostos “psicodélicos” pode produzir pensamentos ou comportamento paranóides, ou agravar os sintomas já existentes em pacientes com doença mental grave, como esquizofrenia. Pesquisadores estão estudando a ação bioquímica de tais drogas, a fim de compreender como elas produzem mudanças no comportamento, Isso poderá nos ajudar a aprender mais sobre a neuroquímica dos distúrbios paranóides.

“Stress” 
Alguns especialistas acreditam que a paranóia pode ser uma reação a altos níveis de “stress”. Reforçando essa opinião, há evidência de que a paranóia incide mais entre imigrantes, prisioneiros de guerra e outras pessoas submetidas a altos níveis de “stress”. Há pessoas que apresentam uma forma aguda de paranóia, quando submetidas a uma situação nova e altamente estressante, com delírios que se desenvolvem em um curto espaço de tempo e duram apenas alguns meses.  
Alguns estudos demonstram que a paranóia tem ocorrido com maior freqüência no século XX. A relação entre o “stress” e a paranóia não exclui, é claro, outros fatores causais. Um defeito genético, uma anomalia cerebral, um distúrbio no processamento de informações — ou todos os três fatores — poderiam predispor uma pessoa á paranóia; o “stress” poderia simplesmente atuar como fator desencadeante.
Tratamento da Paranóia  
A desconfiança das pessoas paranóides torna difícil o tratamento da doença. Raramente, falarão com espontaneidade em uma consulta. Desconfiam do tipo de sondagem aberta que muitos terapeutas utilizam para conhecer a história do paciente (por exemplo: “fale-me de seu relacionamento com seus colegas de trabalho”). Podem não aceitar medicamentos ou uma internação, temendo a perda de controle ou outros perigos, reais ou imaginários.  

Tratamento Medicamentoso  
O tratamento com medicamentos antipsicóticos apropriados pode ajudar o paciente paranóide a superar alguns sintomas. Embora o comportamento do paciente possa ser melhorado, os sintomas paranóides freqüentemente permanecem inalterados. Alguns estudos indicam uma melhora dos sintomas com o tratamento medicamentoso, porém resultados semelhantes ocorrem, freqüentemente, em pacientes que recebem placebo (“remédio” sem ingrediente ativo). Esta observação sugere que, em alguns casos, a paranóia diminui mais por razões psicológicas do que pela ação do medicamento. Pacientes paranóides em tratamento com medicamentos devem ser mantidos sob rigorosa observação. A desconfiança e o delírio de perseguição os levam, muitas vezes, a recusar ou sabotar o tratamento - por exemplo, conservar o comprimido dentro da boca, sem engolir, até ficarem sozinhos e então cuspi-lo.

Psicoterapia
Relatos de casos individuais sugerem que a oportunidade de expressar seus temores e desconfianças de forma regular, como é propiciada pela psicoterapia, pode ajudar o paciente paranóide a se ajustar à vida social. Embora as idéias paranóides pareçam persistir, elas podem tornar-se menos prejudiciais. Outros tipos de psicoterapia, com os quais se observa uma melhora do comportamento social, sem redução apreciável dos delírios paranóides, são a terapia familiar, a terapia de grupo e a arteterapia.
Perspectivas para os Pacientes Paranóides 
Apesar das dificuldades de tratamento, pacientes com um distúrbio paranóide podem ajustar-se razoavelmente bem. Mesmo que suas idéias paranóides sejam aparentemente inabaláveis, vários tratamentos parecem eficazes, melhorando o ajustamento social, e evitando hospitalizações prolongadas. Os sintomas são menos bizarros do que os associados à esquizofrenia paranóide. Os distúrbios paranóides parecem, também, causar menos desorganização da personalidade e ruptura na vida social e familiar. Ao contrário da esquizofrenia, que pode se tornar progressivamente pior, o distúrbio paranóide parece atingir um certo grau de gravidade e se estabilizar. 
http://www.psiquiatriageral.com.br/tema/paranoia.htm

27 de dezembro de 2009

A BAILARINA - ILUSÃO DE ÓPTICA



Olhe fixamente para a singela silhueta da bailarina acima, que parece rodopiar como um peão. Para que lado ela gira? Alguns dirão categoricamente que a bailarina gira no sentido horário e outros são capazes de apostar que não, que o giro é anti-horário e que todos estão vendo coisas. 

Não sabemos o lado que sua bailarina está girando, por isso feche os olhos e relaxe. Experimente enxergar a donzela girando no sentido contrário. Se não conseguir, vá até a cozinha, tome um suco, café, ou leve o cachorro para passear. Depois volte aqui e tente novamente.


Conseguiu? Uau!!!! Ver a bailarina rodopiar ao contrário é sempre uma grata surpresa. Experimente inverter novamente o sentido. Com um pouco mais de habilidade é possível fazê-la rodopiar para qualquer lado, no momento que achar melhor. 


Mas como é possível? Por que isso acontece?

Esta imagem apareceu pela primeira vez em uma reportagem da Australian Associated Press, que especulava sobre um suposto teste de lateralidade cerebral. De acordo com a matéria, quem vê a dançarina girar no sentido horário usaria mais o lado direito do cérebro e quem a vê rodopiar no sentido anti-horário faria mais uso do lado esquerdo do cérebro. No entanto, segundo a neurocientista Suzana Herculano-Houzel, a interpretação do movimento é casual e surge de algum processo já em andamento no cérebro em determinado instante, tornando a interpretação tendenciosa para um lado ou outro.

O truque

A imagem é uma seqüência de 34 quadros que não mudam de ordem e são repetidos indefinidamente. A ilusão de movimento é criada pelo cérebro, a partir da interpolação das imagens. "Assim funcionam o cinema, os desenhos animados e aqueles filminhos que aprendemos a desenhar quando crianças na margem dos cadernos. Dessa forma, as 34 imagens da dançarina são interpretadas pelo nosso cérebro como cenas sucessivas de uma moça que gira sobre uma perna só", explica a cientista. 

O truque, segundo Houzel, é identificar sobre qual perna a bailarina rodopia. Segundo ela, as imagens do movimento são ambíguas. Metade dos quadros tanto pode representar a bailarina vista de frente ou de costas. Na outra metade das imagens, onde a dançarina aparece de lado, a perna levantada pode ser tanto a esquerda quanto a direita.


No entanto, Houzel explica que o cérebro, não gosta muito de ambigüidades, e sempre vai tentar enquadrar as representações do mundo de maneira única e coerente: se há movimento, a bailarina tem que girar para algum lado, tanto faz se esquerda ou direita e para justificar a coerência, quando o cérebro vê a dançarina girando para no sentido horário, ele também vê a perna direita levantada e quando percebe a bailarina rodopiando no sentido anti-horário, ele enxerga a perna esquerda levantada. Tudo isso para justificar de forma correta o movimento.


Houzel diz que a parte da lateralidade é besteira e que a reportagem original banaliza incorretamente a o estudo da lateralização cerebral, que de fato existe. Segundo a cientista o movimento da bailarina nada tem a ver com o uso do lado direito do cérebro emocional ou do lado esquerdo, racional. 

26 de dezembro de 2009

NOVA TECNOLOGIA PERMITE FALAR SEM TER DE MEXER A BOCA


Uma equipa internacional de investigadores criou um sistema que permite comunicar por palavras mas sem abrir a boca.

A pensar nas pessoas que, devido a paralisia, não conseguem comunicar nem por palavras nem por gestos, os cientistas desenvolveram uma tecnologia que consegue transmitir directamente os sinais neurais para um sintetizador, através de um eléctrodo implantado no cérebro. Esta tecnologia que transforma o pensamento em palavras audíveis foi já testada com sucesso. 


A pensar nas pessoas que, devido a paralisia, não conseguem comunicar nem por palavras nem por gestos, os cientistas desenvolveram uma tecnologia que consegue transmitir directamente os sinais neurais para um sintetizador, através de um eléctrodo implantado no cérebro. Esta tecnologia que transforma o pensamento em palavras audíveis foi já testada com sucesso.

O Neuralynx System amplia e converte os sinais neurológicos captados por um eléctrodo directamente no motor da fala que se encontra no córtex cerebral.

Os sinais são amplificados e enviados através de fios no couro cabeludo, através de ondas de rádio FM. O sinal é então dirigido para um descodificador para ser convertido e transformar-se em voz no sintetizador.

Este processo de «pensamento em discurso» demora aproximadamente cinquenta milissegundos, valor equivalente ao de uma pessoa sem deficiência de mobilidade.

O dispositivo foi testado num paciente de 26 anos que aos 16 sofreu um ataque cerebral e ficou impossibilitado de falar. O procedimento demorou cinco anos a ter sucesso e foi necessário um grande empenho por parte do paciente. Este acabou por alcançar uma efectividade de conversação «pensamento-voz» de 89 por cento.

A equipa responsável por esta tecnologia engloba profissionais das Universidades de Boston e de Harvard, do MIT, do Hospital da Universidade de Emory, do Centro Médico Gwinnett, do Instituto de Investigação de Georgia Tech, do Neural Signals Inc. e da StatsANC LLC, Buenos Aires, Argentina.

http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=38211&op=all#cont

MUNDO VIRTUAL ABRIGA CRIATURAS AUTÔNOMAS COM COGNIÇÃO E MEMÓRIA


Pesquisadores da Unicamp criaram um mundo virtual no qual as criaturas são autônomas, sem nenhum controle humano, devendo aprender como conviver com as demais.
O mundo virtual está sendo utilizado em pesquisas de neurociências, sobretudo sobre as chamadas memórias episódicas, aquelas que contêm nossa história de vida.
Mas as aplicações vão muito além, podendo servir para qualquer sistema computadorizado que precise ser capaz de lidar com uma quantidade muito grande de informações, da administração de empresas ao controle de trânsito.
Criaturas virtuais
Inicialmente, uma criatura é inserida no ambiente virtual e começa a explorar o novo mundo desconhecido.
Uma vez lá dentro, as criaturas são autônomas, ou seja, nenhum humano a controla. Elas devem agir de acordo com o que conseguiram aprender ao longo da convivência com outras criaturas virtuais semelhantes a ela.
Cada criatura deve executar tarefas predeterminadas, como coletar alimentos, encontrar e recolher objetos coloridos e competir com outras criaturas que também terão que fazer esses trabalhos e tentarão enganá-la, escondendo a comida e os objetos que possam-lhe interessar.
Para que seja bem-sucedida, a criatura virtual conta com recursos que tentam simular os sistemas cognitivos de animais e de seres humanos. Como em muitas situações comuns na vida real, será preciso recolher informações a respeito de um ambiente desconhecido (fazer uma codificação), guardá-las de um modo eficiente (armazenamento) e depois acessá-las quando forem necessárias (recuperação).
Memória episódica
Esse mundo eletrônico, embora possa lembrar os jogos e outros entretenimentos, foi projetado para estudar e aplicar um tipo de memória que ainda é pouco explorada pela ciência, a memória episódica.
"É a memória de nossa história pessoal que se baseia naquilo que fizemos e nas coisas que testemunhamos", explicou o coordenador da pesquisa, Ricardo Ribeiro Gudwin, professor da Faculdade de Engenharia Elétrica e Ciência da Computação da Unicamp.
Para desenvolver essa memória, o grupo de pesquisadores elaborou regras que devem ser seguidas para todas as criaturas do ambiente virtual: evitar paredes e outros obstáculos, coletar alimentos, que podem ser ou não perecíveis, recolher determinados objetos do cenário e tentar prever o que os demais atores do jogo farão e tentar atrapalhá-los. "Essa última função está ligada à teoria da mente, que envolve tentar saber o que o outro pensa", afirma Gudwin.
A experiência também procura reproduzir algumas complexidades e técnicas usadas por humanos para relembrar episódios. De acordo com o pesquisador da Unicamp, não há espaço para absorver todas as informações com as quais se tem contato, por isso, na hora de registrar algo, é preciso utilizar filtros que eliminem dados menos importantes e lançar mão de estratégias para economizar memória, como manter em um arquivo único memórias muito parecidas.
As criaturas também tentam reproduzir habilidades mais difíceis, como conseguir estabelecer conexões entre causas e efeitos que estão bastante separados no tempo. São as chamadas "consequências tardias", ou a associação de uma reação ocorrida no presente à ação que a causou, mas que se passou há dias, meses ou anos.
Aplicações reais do mundo virtual
Fazer o sistema aprender e desenvolver a própria memória em vez de carregar dados prontos pode abrir portas para novas aplicações em computação nas quais o volume de dados ainda é uma barreira.
"Quando o ambiente é muito extenso, não há como colocar todos os dados nem fazer uma programação de trajetória, por isso é importante que o sistema descubra sozinho essas informações", disse Gudwin.
Isso se aplica, por exemplo, a sistemas de monitoramento de tráfego. Em vez de dar entrada com os dados de toda uma malha viária, um sistema dotado de memória episódica poderia identificar pontos de gargalo e tomar decisões prioritárias a fim de manter o fluxo de veículos.
De acordo com Gudwin, a administração de empresas também ficaria mais eficiente com sistemas descobrindo sozinhos problemas que seriam difíceis de serem detectados em uma grande companhia. E os fãs de jogos eletrônicos poderiam contar com oponentes virtuais "inteligentes", capazes de aprender sobre as fraquezas do rival e evoluir como se fossem de carne e osso.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=mundo-virtual-abriga-criaturas-autonomas-cognicao-memoria&id=010150091223

FORMIGAS DIGITAIS USAM INTELIGÊNCIA CONJUNTA PARA DEFENDER COMPUTADORES

Na interminável batalha para proteger as redes de computadores de invasores, os especialistas em segurança estão lançando uma nova defesa inspirada em uma das mais resistentes criaturas da natureza - as formigas.
Ao contrário dos sistemas de segurança tradicionais, que são estáticos, essas "formigas digitais" espalham-se pelas redes de computadores em busca de ameaças, como os "vermes de computador", ou worms - programas autorreplicantes projetados para roubar informações ou facilitar o uso não autorizado dos computadores.
Formigas digitais
Quando uma formiga digital detecta uma ameaça, não demora muito para que um exército de formigas convirja para aquele local, chamando a atenção dos operadores humanos, que poderão investigar o ataque no momento de sua ocorrência.
O conceito, chamado "inteligência de rebanho," promete transformar a área da segurança digital graças à sua capacidade de se adaptar prontamente às ameaças, elas próprias em constante mutação.
"Na natureza, nós sabemos que as formigas defendem-se contra as ameaças de forma muito eficiente," explica o professor Errin Fulp, da Universidade Wake Forest, nos Estados Unidos. "Elas podem ativar suas defesas rapidamente e depois voltar tranquilamente ao seu comportamento rotineiro depois que o intruso foi eliminado. Nós estamos tentando alcançar esse mesmo comportamento em uma rede de computadores."
O peso da segurança
Os sistemas de segurança atuais são projetados para defender os computadores de todas as ameaças conhecidas desde o início da história da informática, mas os caras maus que escrevem programas maliciosos - também conhecidos como malware - introduzem ligeiras variações o tempo todo, a fim de fugir dos sistemas de defesa.
À medida que novas variações são descobertas e as atualizações de segurança são disponibilizadas, os programas adquirem maior capacidade, mas também passam a demandar mais recursos do sistema, os antivírus levam mais tempo para rodar e as máquinas ficam mais lentas - um problema familiar para a maioria dos usuários de computador.
Inteligência de rebanho
A ideia de imitar o comportamento das formigas foi do pesquisador Glenn Fink. Sabendo da familiaridade do seu colega Fulp com o desenvolvimento de sistemas de varredura de segurança mais rápidos por meio do emprego de processamento paralelo, Fink juntou-se a ele para testar o conceito de formigas digitais em uma rede de 64 computadores.
A "inteligência de rebanho" usado no novo sistema divide o processo de busca pelas ameaças à segurança por suas características. A seguir, a tarefa de escaneamento de cada tipo de ameaça é distribuído pelos vários computadores da rede.
"Nossa ideia é lançar 3.000 tipos diferentes de formigas digitais, cada um procurando por evidências de um tipo de ameaça," diz Fulp. "Conforme elas se movimentem pela rede, as formigas digitais deixarão trilhas digitais inspiradas nas trilhas de cheiro que as formigas de verdade usam para guiar suas companheiras. Cada vez que uma formiga digital identificar alguma evidência de ameaça, ela está programada para deixar uma pista mais forte. Trilhas com pistas mais fortes atrairão mais formigas, criando um exército que assinala uma possível infecção do computador."
Programa sentinela
Durante o teste, os pesquisadores introduziram vermes digitais em sua rede experimental e as formigas digitais foram capazes de localizá-los. Os resultados foram tão positivos que o projeto, nascido de uma cooperação em uma pesquisa feita durante as férias, foi estendido e agora já incorpora dois estudantes de doutoramento, que farão suas teses enquanto aprimoram o novo sistema de segurança, preparando-o para disponibilização.
Fulp afirma que a nova abordagem de segurança digital será mais adequada para grandes redes que contêm muitas máquinas idênticas, como as existentes em órgãos do governo, grandes empresas e universidades.
Os usuários de computadores não precisarão se preocupar que um enxame de formigas digitais possa se decidir a estabelecer residência em suas máquinas. As formigas digitais não podem sobreviver sem um programa sentinela, instalado em cada máquina. Cada programa sentinela se reporta aos "sargentos" da rede, que são monitorados pelos operadores humanos - são eles, os operadores humanos, que supervisionam a colônia e, em última instância, mantêm o controle.
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=formigas-digitais-usam-inteligencia-conjunta-defender-computadores&id=010150090929&ebol=sim

20 de dezembro de 2009

BURACO GIGANTE É DESCOBERTO EM CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA



Os satélites da missão espacial Themis, lançados em 2007, descobriram um grande buraco no campo magnético da Terra. 

Segundo os cientistas da Nasa, a agência espacial americana, a abertura é dez vezes maior do que a esperada, e o buraco é quatro vezes mais amplo do que a Terra e sete vezes maior do que o diâmetro terrestre.

O campo magnético da Terra, também conhecido como magnetosfera, é uma espécie de bolha magnética que circunda o planeta e protege a superfície terrestre das partículas carregadas pelo vento solar.

Os cientistas explicam que o vento solar carregado de partículas "abre" o buraco na magnetosfera da mesma forma como um polvo envolve um objeto com seus tentáculos - um processo conhecido como "reconexão magnética".

"O campo magnético do Sol se reveste ao redor da magnetosfera, provocando a sua ruptura", afirma o cientista David Sibeck, da Nasa.

A descoberta do buraco foi feita no dia 3 de junho, quando os cinco satélites da nave espacial passaram pela cavidade no momento em que estava se abrindo.

"Já vimos cavidades como essa antes, mas não em escala tão grande", disse Jimmy Raeder, físico da Universidade de New Hampshire que também trabalha no projeto. "O lado diurno inteiro da magnetosfera estava aberto para o vento solar."

Orientação
Além do tamanho da cavidade, a orientação dos campos magnéticos do Sol e da Terra no momento da abertura também surpreendeu os cientistas.

Até a descoberta, pensava-se que o escudo de proteção funcionava melhor e impedia que as partículas conseguissem atravessar o campo magnético terrestre quando ele estava alinhado com o campo magnético do Sol. Acreditava-se ainda que, quando os campos estavam em direções opostas, a abertura era maior.

Os cientistas descobriram, no entanto, que, quando os dois campos magnéticos estão orientados em direções opostas, o número de partículas que atravessam o escudo terrestre é 20 vezes maior do que no momento em que os campos estão alinhados.

Quando um número grande de partículas atravessa o campo magnético terrestre
, isso pode provocar tempestades solares, causadas pela liberação das partículas, e também tempestades magnéticas, que podem sobrecarregar cabos de energia com excesso de corrente elétrica e causar apagões. 

http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL926646-5603,00.html


16 de dezembro de 2009

PLANTAS QUE COMEM PEQUENOS RATOS PODEM SER ÚTEIS de Roberto Lopes


Botânicos e ambientalistas da Tailândia tentarão, a partir do ano que vem, transferir exemplares da planta carnívora Nepenthes attenboroughi, encontrada nas encostas do Monte Vitória – região central do país -, para regiões de cultivo de alimentos habitualmente atacadas por insetos.
O plano é testar se a espécie, fotografada e relatada por três pesquisadores europeus há cerca de dois anos, pode servir como predadora natural.
Batizada em homenagem ao veterano apresentador inglês de programas sobre o meio ambiente, David Attenborough, a Nepenthes attenboroughi tem a forma de um cone em cores vivas, e chega a medir 1,5 m de altura. Ela devora suas presas valendo-se de um sistema digestivo à base de ácidos, que destrói os corpos vivos engolidos.
Os primeiros relatos sobre essa planta foram feitos por dois missionários que, em 2000, tentaram escalar o Monte Vitória, e passaram 13 dias perdidos na região. Então, em 2007, dois britânicos e um alemão formaram uma expedição científica ao centro da Tailândia. A descoberta da grande planta aconteceu a cerca de 1,6 mil metros de altitude, entre pedregulhos.
“A espécie está entre as maiores plantas carnívoras conhecidas e produz armadilhas espetaculares, capazes de aprisionar não apenas insetos, mas também roedores do tamanho de ratos", afirmou o cientista Stewart McPherson, um dos integrantes da missão.
O feito foi divulgado na publicação especializada Botanical Journal of the Linnean Society. Os cientistas também catalogaram outras espécies até então desconhecidas, como cogumelos azuis e samambaias rosas.

Plantas que comem pequenos ratos podem ser úteis

10 de dezembro de 2009

HOMO SAPIENS: A HISTÓRIA DE TODOS NÓS!


NO TEMPO DAS CAVERNAS
Homo sapiens: a história de todos nós!


O que aconteceu com nossos antepassados que se estabeleceram na África? 



Milhares de anos de seca transformaram parte do continente africano num imenso deserto. Nesse cenário árido, uma nova espécie precisou encontrar alternativas para sobreviver.

O Homo sapiens era mais alto e magro do que o Homem de Neanderthal - tinha um corpo preparado para suportar o calor. A pele escura era uma proteção contra o sol.

Mas enquanto o Homem de Neanderthal, lá no hemisfério norte, estava adaptado ao clima na era do gelo, o Homo sapiens enfrentava dificuldades. 


A força física que ajudava os neandertais no frio não era tão útil aos nossos ancestrais no deserto e na savana. Naquelas condições, só havia um destino: a morte.
Há 140 mil anos, o Homo sapiens estava à beira da extinção. Mas ocorreu algo extraordinário. Quando uma espécie está morrendo, só os mais criativos e capazes permanecem vivos e passam seus genes adiante.

À medida que a população diminui, a resistência e a capacidade de adaptação dos sobreviventes aumentam. A evolução é o resultado de processos de seleção natural, e o que aconteceu na África pré-histórica foi uma rigorosa filtragem dos mais bem adaptados. A vida naquele ambiente inóspito criou a oportunidade para um grande desenvolvimento mental. Um ovo de avestruz é uma prova de como o Homo sapiens pensava diferente de todos os outros antepassados. A clara e a gema foram retiradas do ovo. Ele foi preenchido com água. Assim, as pessoas poderiam matar a sede mais tarde.

Este gesto simples de guardar um pouco de água é de uma importância enorme. Mostra uma habilidade que ainda não tinha se desenvolvido plenamente em nossos ancestrais: a capacidade de imaginar, planejar.
O Homo sapiens conseguia pensar além do aqui e agora.A inteligência foi uma arma contra os desafios da natureza. Graças ao novo modo de pensar, o Homo sapiens - que estava reduzido a uma pequena população - não desapareceu.
Até que um dia, como sempre acontece no planeta, o clima mudou mais uma vez.

Há mais ou menos 110 mil anos, a era do gelo chegava ao fim. A água voltou ao continente africano. O Homo sapiens finalmente encontrou as condições ideais para a perpetuação da espécie. 


Enquanto isso, na Europa, o Homem de Neanderthal teve um destino diferente. Estes hominídeos formaram uma das mais bem sucedidas linhagens da história.Ainda assim, toda a força e habilidade que tinham não foi suficiente para garantir a continuidade. Quando o Homo sapiens começou a povoar outros continentes, as duas espécies entraram em contato e provavelmente passaram a disputar o mesmo espaço. O Homem de Neanderthal era menos adaptado ao novo ambiente, e por isso terminou extinto.


O último capítulo desta saga foi escrito há 50 mil anos. O Homo sapiens atingiu um outro nível de pensamento e criou uma linguagem sofisticada, para expressar novas idéias. Surgiram as pinturas rupestres. Ninguém sabe dizer ao certo o que os desenhos significavam. Mas quando um antepassado nosso pintou na parede de uma caverna uma imagem que antes só existia na mente, na imaginação, ele provou que era uma criatura diferente de todas as outras. Era humano, como eu e você.

Desde o início da história da evolução humana, os primatas ancestrais viviam de acordo com os limites impostos pela natureza.

Agora, pela primeira vez em sete milhões de anos, o homem mostrou-se capaz de transformar radicalmente o meio ambiente, criar as próprias regras de sobrevivência. Ele adquiriu a inteligência necessária para isso. O Homo sapiens tornou-se a única espécie de primata a andar sobre duas pernas no planeta. O homem finalmente estava preparado para todas as conquistas da civilização.
Não importa que ainda faltem alguns séculos até a invenção da roda, a descoberta da eletricidade ou a viagem à Lua.



O que separa uma pequena garota que viveu há 50 mil anos de você é apenas uma questão de tempo.



Este trabalho me lembra o 4º mandamento, honrar pai e mãe – os que vieram antes de nós, os nossos antepassados. Graças a eles estamos hoje aqui como espécie na iminência de uma nova mudança climática. Será que daremos mais um passo na nossa escala evolutiva ou seremos extintos?

8 de dezembro de 2009

PESQUISADORES DESCOBREM QUE A PELE É CAPAZ DE OUVIR



Um estudo realizado no Canadá e publicado na revista científica Nature revelou que a pele também é capaz de escutar. A pesquisa verificou que “sopros” de ar inaudíveis, emitidos junto com outros sons, influenciam o que a pessoa acredita estar ouvindo. De acordo com os cientistas da Universidade de British Columbia, em Vancouver, o cérebro integra a informação recebida dos vários sentidos para entender melhor o mundo.
Estudos anteriores já haviam comprovado que é possível ver sons e ouvir luz, mesmo sem perceber conscientemente. Outros testes indicaram que, ao se observar os lábios de uma pessoa se moverem, as regiões do cérebro responsáveis pela escuta são “ligadas”. No entanto, ao constatar que tato e audição também estão conectados, os cientistas do Canadá acreditam que podem ajudar a desenvolver novas maneiras de ajudar deficientes auditivos.
Teste
Nos testes, três grupos de voluntários vendados escutavam gravações de uma voz masculina pronunciando quatro sílabas. Os pesquisadores compararam os sons de “pa” e “ta”, que emitem uma pequena onda de ar inaudível, com “ba” e “da”, que não a emitem. Paralelamente, os voluntários de um grupo recebiam um “sopro” na nuca; os do outro, no dorso da mão; e os do terceiro apenas escutavam os sons.
Ao final, os cientistas concluíram que os chamados fonemas não aspirados (“ba” e “da”) eram ouvidos como seus equivalentes aspirados (“pa” e “ta”), quando apresentados com um “sopro”. Dessa forma, participantes que ouviam “ba” e recebiam o “sopro”, respondiam ter escutado um “pa”, por exemplo.
Deficientes auditivos
Segundo Gick, para ajudar os deficientes auditivos, é necessário construir um aparelho pneumático (relativo ao ar) capaz de produzir esses ‘sopros’ nos momentos certos, baseado em impulsos acústicos. Ralph Holme, diretor de pesquisas biomédicas da organização britânica RNID, de apoio a deficientes auditivos, elogiou a descoberta.
“As pessoas que leem lábios muitas vezes confundem consoantes que têm a mesma maneira de serem pronunciadas. A possibilidade de um sopro ajudá-las a distinguir essas consoantes é fascinante”, disse Home. O próximo passo agora é descobrir como o cérebro permite essa integração entre sentidos.

7 de dezembro de 2009

INSETO CIBORGUE

Robô-mariposa integra cérebro biológico a robô


Colocar inteligência nos robôs não é uma tarefa fácil. Dar-lhes visão é um pouco menos complicado, mas nem por isso algo simples de se fazer ou que tenha alcançado grande eficiência até agora.
 
Com base nessas constatações, engenheiros da Universidade do Arizona, nos Estados Unidos, resolveram partir para uma solução mais simples. Por que não conectar a um robô o cérebro e os olhos de um animal, aproveitando essas estruturas biológicas que a natureza levou milhões de anos para desenvolver a aprimorar?

Detectando movimento

A idéia deu resultados interessantes. O animal escolhido foi uma minúscula mariposa, que foi imobilizada no interior de um tubo plástico. Eletrodos conectados ao cérebro da mariposa capturam os impulsos elétricos gerados quando o inseto move seus olhos. Esses impulsos são passados para o computador do robô, que se move acompanhando o movimento dos olhos da mariposa.

  Mesmo com um cérebro menor do que um grão de arroz, a mariposa tem uma capacidade de  detectar movimentos que está muito além do que a mais avançada tecnologia da robótica atual permite fazer. Isso resultou em um robô altamente eficiente para acompanhar qualquer tipo de movimento.
 
Integração de cérebro e robótica

É mais um avanço nas pesquisas que procuram integrar cérebro e robótica, estudos que prometem um dia dar condições para que pessoas portadores de deficiências ou vítimas de acidentes possam controlar equipamentos apenas com seus pensamentos.
Embora usando uma "mariposa inteira", o objetivo dos pesquisadores é chegar a utilizar apenas os neurônios individuais como sensores para os robôs do futuro. Para conhecer outros detalhes da pesquisa veja Biologia e eletrônica se mesclam para dar visão a robôs

Inseto ciborgue é o primeiro a sobreviver ao implante de chips

Cientistas da Universidade de Cornell, Estados Unidos, afirmaram ter conseguido o primeiro sucesso em sua pesquisa para implantar dispositivos eletrônicos em insetos. A mariposa Manduca Sexta sobreviveu depois que um chip foi implantado quando ela ainda era uma lagarta.
Micro-veículos autônomos
Vários grupos de cientistas trabalham no desenvolvimento de micro-veículos autônomos, principalmente para a coleta de informações por meio de micro- sensores. Mas essas pesquisas esbarram em uma grande variedade de dificuldades, como a quantidade de combustível, os minúsculos motores e a aerodinâmica. Os insetos já têm todos esses problemas resolvidos.
Simplesmente colar os equipamentos eletrônicos sobre o corpo dos insetos também não é um solução adequada, porque assim não haveria nenhum controle sobre o vôo e os cientistas somente por acaso conseguiriam coletar dados dos locais desejados e pelo tempo necessário.
Insetos ciborgues
A solução encontrada foi criar insetos ciborgues, implantando os dispositivos eletrônicos no corpo dos insetos. Para evitar a rejeição pelo organismo dos animais, os cientistas resolveram implantar os equipamentos ainda na fase de larva. Desta forma o inseto se desenvolve já com os implantes eletrônicos em seu corpo, que passam a fazer parte de seu organismo e não mais sofrem rejeição. Quando nasce, o inseto já é um cirborgue completamente funcional.
A teoria pode parecer simples, mas há ainda um longo caminho até que os insetos adultos possam ser totalmente controlados. A mariposa agora apresentada foi o primeiro exemplar de um inseto ciborgue que sobreviveu à metamorfose, chegando à idade adulta com todos os implantes eletrônicos funcionando e apresentando plenas condições de voar.
O implante eletrônico é um chip microfluídico, que consegue interagir com as funções vitais do animal ciborgue.

Inseto tem voo controlado por eletrodos implantados no cérebro


Na foto ainda não está colocada a bateria, do tipo botão, que é colada sobre o chip. [Imagem: Maharbiz Lab]
Pesquisadores da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos, implantaram eletrodos controlados por chips neurais diretamente no cérebro de abelhas, besouros e mariposas, usando os dispositivos para controlar remotamente o voo dos insetos.
O resultado é fruto de um esforço de pesquisa que já dura vários anos. Em 2007, a mesma equipe conseguiu fazer com que um inseto ciborgue sobrevivesse ao implante dos chips.
O inseto ciborgue, que ainda não voava de forma controlada, foi utilizado por pesquisadores associados para controlar um robô. Os olhos do inseto funcionam como os olhos do robô, controlando seu movimento - veja Robô-mariposa integra cérebro biológico a robô.

Chip neurológico

Agora, finalmente os pesquisadores tiveram sucesso em controlar o comportamento e o voo dos animais.
O chip neurológico foi implantado em abelhas, besouros e mariposas. A mariposa Mecynorrhina torquata e os besouros foram capazes de levantar voo levando consigo o chip e o aparato de controle, que ainda é muito pesado para insetos menores.
Hirotaka Sato e Michel Maharbiz começaram controlando de forma independente as asas dos insetos. Para isso, os animais eram mantidos fixos em barras oscilantes.
O acionamento dos eletrodos implantados no cérebro dos animais faz com que eles batam suas asas com uma velocidade correspondente à frequência dos sinais elétricos. O implante é feito ainda durante a fase de pupa do animal.
Depois de conseguirem controlar de forma independente as duas asas, os pesquisadores instalaram uma versão sem fios do chip neurológico nos insetos maiores, que foram capazes de voar com eles, sendo controlados à distância no interior de uma sala.

Voo controlado à distância

Um pulso específico faz com que o animal inicie o voo. A seguir, ele pode ser induzido a virar numa ou noutra direção por meio do envio de estímulos para o músculo da asa do lado oposto à direção que se deseja que ele vire. Assim que o impulso cessa, o animal volta a voar em linha reta.
O controle ainda não é absolutamente preciso, sendo que os animais obedecem em 75% das vezes que os comandos são enviados. Um comando específico faz com que o animal pouse suavemente.

Controle sem fios

Somente agora que o princípio de funcionamento e o programa de controle tiveram seu funcionamento comprovado é que os pesquisadores começarão o trabalho de miniaturização do sistema de controle sem fios.
O dispositivo consiste de estimuladores neurais e estimuladores musculares, conectados diretamente ao cérebro do animal. Os eletrodos ligam-se a um microcontrolador, que por sua vez recebe os sinais de comando através de um receptor de rádio. Todo o equipamento é alimentado por uma microbateria de lítio, do tipo das usadas em relógios.
Todos os experimentos foram feitos em uma sala fechada, com antenas distribuídas que permitiram o controle dos animais à distância mesmo com a baixa potência do microrreceptor. Para voos mais altos, em ambientes abertos, o grande desafio será a alimentação do chip neurológico e de um sistema de rádio de maior potência.
Baterias são inviáveis, porque seriam pesadas demais para que o animal as carregue. Outras opções são capacitores, células solares e até mesmo atuadores piezoelétricos, que captem uma parte da energia necessária a partir da vibração das próprias asas do inseto.
 vídeo:
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