8 de dezembro de 2009

PESQUISADORES DESCOBREM QUE A PELE É CAPAZ DE OUVIR



Um estudo realizado no Canadá e publicado na revista científica Nature revelou que a pele também é capaz de escutar. A pesquisa verificou que “sopros” de ar inaudíveis, emitidos junto com outros sons, influenciam o que a pessoa acredita estar ouvindo. De acordo com os cientistas da Universidade de British Columbia, em Vancouver, o cérebro integra a informação recebida dos vários sentidos para entender melhor o mundo.
Estudos anteriores já haviam comprovado que é possível ver sons e ouvir luz, mesmo sem perceber conscientemente. Outros testes indicaram que, ao se observar os lábios de uma pessoa se moverem, as regiões do cérebro responsáveis pela escuta são “ligadas”. No entanto, ao constatar que tato e audição também estão conectados, os cientistas do Canadá acreditam que podem ajudar a desenvolver novas maneiras de ajudar deficientes auditivos.
Teste
Nos testes, três grupos de voluntários vendados escutavam gravações de uma voz masculina pronunciando quatro sílabas. Os pesquisadores compararam os sons de “pa” e “ta”, que emitem uma pequena onda de ar inaudível, com “ba” e “da”, que não a emitem. Paralelamente, os voluntários de um grupo recebiam um “sopro” na nuca; os do outro, no dorso da mão; e os do terceiro apenas escutavam os sons.
Ao final, os cientistas concluíram que os chamados fonemas não aspirados (“ba” e “da”) eram ouvidos como seus equivalentes aspirados (“pa” e “ta”), quando apresentados com um “sopro”. Dessa forma, participantes que ouviam “ba” e recebiam o “sopro”, respondiam ter escutado um “pa”, por exemplo.
Deficientes auditivos
Segundo Gick, para ajudar os deficientes auditivos, é necessário construir um aparelho pneumático (relativo ao ar) capaz de produzir esses ‘sopros’ nos momentos certos, baseado em impulsos acústicos. Ralph Holme, diretor de pesquisas biomédicas da organização britânica RNID, de apoio a deficientes auditivos, elogiou a descoberta.
“As pessoas que leem lábios muitas vezes confundem consoantes que têm a mesma maneira de serem pronunciadas. A possibilidade de um sopro ajudá-las a distinguir essas consoantes é fascinante”, disse Home. O próximo passo agora é descobrir como o cérebro permite essa integração entre sentidos.

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